MADONNA MON AMOUR

 MADONNA MON  AMOUR

José Carneiro (A Lenda do  Verso Livre)

Quando tu regas o microfone

Com o sal de tua vagina

Não o fazes por mal

Quando te contorces feito cobra

Enfurecendo multidões famintas

Não o fazes por mal

Quando teu corpo de cobra

É pura lascívia sem domador

Não o fazes por mal

Quando simulas sexo em público

Crendo ainda no amor que salva

Não o fazes por mal

Quando cantas “Like a Prayer”

Dizes ao mundo: ainda existe a prece

Não o fazes por mal

Quando encarnas Marilyn rediviva

Transpirando sexo por todos os poros

Não o fazes por mal

Quando te pintas como um beduíno

Enlouquecido no Juízo Final

Não o fazes por mal

Só o fazes por mal

Quando trocas tudo isso

Por trinta dinheiros.

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